Flores Comestíveis

Não é do conhecimento de muitos, mas estamos cercados de flores em nossos jardins que servem tanto para agradar aos olhos quanto ao paladar. Mas os nutricionistas advertem, em linhas gerais, as flores são mais para decoração, embelezando as preparações e despertando o prazer de comer com os olhos.

Flores Comestiveis

Viola wittrochiana

COMO ESCOLHER

O principal é comprar flores cultivadas para consumo humano, sem agrotóxico e com o selo de garantia da Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Elas já existem em alguns supermercados na seção de produtos orgânicos, em lojas de hortifrúti ou diretamente nos produtores. Faça a mesma higienização indicada para o consumo das folhas. É fundamental manter as flores em água gelada até a hora de servir.

COMO PREPARAR

Existem várias coisas a fazer antes de poder usar as flores comestíveis em suas receitas:

Colheita: O melhor momento para colher as flores é logo após o orvalho ter secado, logo de manhã. Ou no fim da tarde, após o calor do sol ter baixado, se as flores aparentarem estar em boa condição. Não colha as flores ao meio do dia, ou o calor pode secar-las e causar uma perda de sabor e cor.

Estames e pistilos: Se forem óbvios (em flores grandes), remova-os. Partes brancas e grandes estames e pistilos normalmente são amargos, e não devem ser mastigados.

Lavagem: Balance as flores para remover insetos, detritos e terra. Inspecione com cuidado para ver se as flores estão sujas, e lave-as com água gentilmente, usando um coador. Ou use um spray de água gentilmente pois as flores machucam com facilidade. Se a flor for especialmente delicada, um breve mergulho deve servir. Seque com toalhas de papel, e deixe secar no ar.

AS FLORES

Calêndula

Conhecida no sul da Europa, a calêndula chegou somente no final da Idade Média no resto da Europa. Nessa época também já tinha lugar na cozinha para colorir pratos como arroz, sopas e leite. Foi usada para decorar túmulos, pois era considerada o “símbolo da vida” – afinal, floresce da primavera até o final do outono, quando nenhuma outra planta mostra sua beleza no continente. Mais tarde conheceu-se seu uso terapêutico. Também é usada na ornamentação de jardins.

SONY DSC

Calendula officinalis

Origem: Mar Mediterrâneo.

Características: Flor amarela e laranja, com talo duro, de até 80cm de altura.

Uso culinário: Suas pétalas devem ser retiradas para ornamentar pratos e saladas (o talo não é utilizado por ser muito duro). As pétalas também podem ser misturadas à água quente para fazer chás.

Uso terapêutico: Pode ser usada interna e externamente. Acelera a cura de ferimentos, é relaxante e atua como anti-inflamatório e anti-séptico.

Camomila

Nativa dos campos abertos, é conhecida há mais de mil anos.

Camomila

Camomila officinalis

Origem: Europa.

Características: Planta rasteira, com flores pequenas, com centro amarelo e pétalas brancas. Também é conhecida como “malmequer”.

Uso culinário: Usada para decorar saladas e pratos. Serve também para fazer chás.

Uso terapêutico: Antiparasitária e anti-séptica, com uso interna e externo. Reduz a maioria das perturbações digestivas. Atua como anti-inflamatório, especialmente em doenças de pele.

Capuzin

Trazida em 1684 pelos holandeses para os demais países da Europa. Foi cultivada em mosteiros para complementar a alimentação com vitamina C durante o inverno. Mais tarde, tornou-se uma planta comum em jardins e foram desenvolvidos variedades com outras cores. Hoje em dia se planta capuzin embaixo de arvores frutíferas para afastar as larvas.

Tropaeolum majus

Tropaeolum Majus

Origem: Nordeste da América do Sul.

Características: Planta trepadeira com folhas redondas e flores que variam de amarelo e laranja para vermelho. No Brasil, é conhecida também como nastúrcio ou capuchinha.

Uso culinário: Flor comestível com sabor picante, usada para decorar saladas e pratos.

Uso terapêutico: Ajuda no combate a doenças dos rins e da bexiga.

Rosa

Já era adorada séculos antes de Cristo, principalmente por sua beleza, pelos chineses e persas. Os romanos decoravam as mesas com suas pétalas em ocasiões festivas. Na culinária, foi usada para fazer geléia e, pelos romanos, para perfumar alimentos – inclusive vinho.

Rosa Chinensis

Rosa Chinensis

Origem: Europa.

Características: Flor com espinhos nos talos e uma grande variedade de cores e formas.

Uso culinário: Decora muito bem os pratos. Suas pétalas podem ser usadas em saladas, geléias, gelatinas, sorvetes, pudins, cremes e licores.

Uso terapêutico: Contém vitamina C.

Borago

Os árabes reconheceram suas propriedades na cozinha e começaram a plantar o borago. Mais tarde os espanhóis continuaram o cultivo e introduziram a planta no resto da Europa.

Borago Officinalis

Borago Officinalis

Origem: Costa do Mar Mediterrâneo da Espanha.

Características: Arbusto de um metro de altura, com folhas verde-escuras. Suas flores, em forma de estrela de cinco pontas, no início são rosas e depois se tornam azuis. No Brasil, também é conhecido como borragem.

Uso culinário: Tem aroma leve e suas pétalas coloridas decoram muito bem vários pratos e saladas. Também pode servir como chá. Pode ser misturado com vinho branco e ser servido após 4 horas de descanso.

Uso terapêutico: Estimulante, diurético, anti-inflamatório das vias urinarias e sudorífico.

Amor-perfeito

Na Idade Média espalhou-se por várias regiões da Europa e mais tarde foi levado a outros continentes.

Viola wittrochiana

Viola wittrochiana

Origem: Europa Central.

Características: Flor de várias cores e formas.

Uso culinário: Tem aroma leve e suas pétalas coloridas decoram muito bem vários pratos e saladas. Também pode servir como chá

Uso terapêutico: Muito bom contra irritações da pele.

Flor de Jambu

Erva Jambu é originário da América do Sul, mas também é comum em todo o sudoeste asiático, pois foi levado pelos portugueses para suas colônias de Macao.

Spilanthes Oleracea L.

Spilanthes Oleracea L.

Origem: Amazonas, Pará e Rondônia

Características: Planta herbácea pertencente à Família Asteraceae é amplamente cultivada em vários municípios da região nordeste do Estado do Pará, nos quais o seu consumo é significativo em festas populares. Trata-se também de um produto importante na culinária regional, na alimentação cotidiana e na medicina popular. O jambú é conhecido, no Pará, por vários nomes populares como: agrião do Pará, agrião do Brasil, agrião do Norte, jabuaçú, oribepê, erva maluca, jaburama, botão de ouro e etc. Uma de suas principais características é a capacidade de tremelicar os lábios de seus comensais.

Uso culinário: O jambu é muito utilizado na culinária paraense, podendo ser encontrado em iguarias como o tacacá, o pato no tucupi e até mesmo em pizza combinado com mussarela.

Uso terapêutico: Em seu uso fitoterápico tradicional as folhas e as flores do jambú são utilizadas no preparo de infusões para o tratamento da dispepsia, malária, infecções da boca e da garganta. É, também, recomendado contra a avitaminose C e como antibiótico e anestésico. Nas folhas mais tenras é produzido um óleo essencial com índice elevado de uma substância conhecida como spilanthol responsável por tais propriedades.

ONDE COMPRAR

A Ervas Finas Horticultura produz uma quantidade surpreendente de ervas aromáticas, flores comestíveis, mini legumes e folhagens especiais.

www.ervasfinasnet.com.br

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre Flores Comestíveis assista o vídeo abaixo, onde a herborista Sabrina Jeha, do viveiro Sabor de Fazenda, onde ela apresenta diversas espécies de flores comestíveis, como capuchinha e calêndula, e ensina como cultivar essas plantas.

Flores Comestíveis – Como cultivar (Globo Rural) 

.

  

Você também pode gostar…

Stéphanie

Sobre Stéphanie

Stéphanie Calderaro Lettieri é formada em Artes Culinárias pelo Instituto de Artes Culinárias Mausi Sebess na Argentina. Morou dois anos em Paris, onde estudou na L'ecole Lenôtre Paris e desfrutou da maravilhosa Pâtisserie e Boulangerie francesa. Também fez estágios na Inglaterra e Espanha. É #CoffeeLover e especialista em cafés especiais e métodos de preparo. Também atua como empresária do ramo de alimentos. Suas postagens são cheias de informação e suas receitas simples com um toque sofisticado.
Esta entrada foi publicada em Gastrocultura. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Comentários via Facebook

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>